Tratamento Fisioterapêutico na Artrite Reumatóide da Mão







Olá, eu sou a Dani e esse texto fala sobre Tratamento Fisioterapêutico na Artrite Reumatóide da Mão. Antes de começar a lê-lo, conheça o canal do Youtube clicando aqui!. Agora, vamos à leitura!


Resumo – Investigamos a evolução da paciente com quadro de artrite reumatóide no seu tratamento, onde o mesmo se submeteu a 10 sessões de fisioterapia, durante 4 semanas, com intervalo de 3 dias entre as aplicações, sendo avaliado antes do início das sessões e reavaliado após cada sessão. Objetivamos com o tratamento fisioterápico o alívio da dor, do espasmo muscular, manter arco de movimento da articulação afetada e manter a força muscular. O paciente recebeu tratamento fisioterápico com aplicações de compressa de gelo, exercícios isométricos, alongamento e fortalecimento muscular. O resultado obtido no final do tratamento demonstrou melhora pouco significativa em relação às deformidades articulares, porém foi conseguido um bom resultado em relação à dor, ao edema e a rigidez e com isso, o paciente obteve uma melhora das capacidades funcionais.

 

Palavras chaves: arco de movimento, artrite, dor, espasmo,mobilização articular, fisioterapia.

 

I – Introdução

 

A doença reumatóide é atualmente considerada uma reação antígeno-anticorpo, indicada por um organismo bacteriano ou virótico (1; 2).

À medida que a articulação se estreita pela reabsorção da cartilagem, o osso subcondral sofre com formação de osteófitos nas margens. Há um espaçamento capsular, o qual combina com a substituição fibrosa da cartilagem (3).

            A artrite reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica, de etiologia desconhecida, com importante participação do sistema imunológico na perpetuação da inflamação, que tem como característica principal uma sinovite que envolve principalmente as articulações periféricas de forma simétrica (4).

            A membrana sinovial inicialmente fica inflamada e se prolifera, formando um pannus que invade a cartilagem, o osso subcondral e ligamentos, causando lesão e deformidades (5).

            A interfase entre pannus e a cartilagem tem sido encontrada cruzada por finas fibras colágenas as quais podem indicar que o pannus não é o agente destrutivo, mas sim que está implicada em reparar a cartilagem que está lesionada com tecido fibroso (5;).

            Os sintomas da Artrite Reumatóide (AR) são rigidez matinal; dor nos movimentos das articulações; nódulos subcutâneos, alterações típicas observadas em raio x, e teste positivo para fator reumatóide (5).

            O último estado da doença reumatóide da articulação é anquilose, fribrose ou degeneração osteoartrite com perda de todo movimento articular. O processo da doença pode continuar até destruição completa ou parar em qualquer estágio, sofrer alguma remissão, ter recorrência ou ser interrompida precocemente antes que quaisquer alterações destrutivas sejam evidentes (7).

            A Artrite Reumatóide(AR) tem início entre 20 a 40 anos, embora possa comprometer todas as articulações das mãos (metacarpofalangianas, interfalangianas e punhos) e pés (metatarsofalangianas), joelhos, tornozelos, cotovelos e ombros, as mulheres são mais afetadas duas vezes mais que os homens (2; 5).

            A meta em geral no tratamento clínico na Artrite Reumatóide(AR) é o controle da inflamação, seguido da analgésico e antiinflamatório não hormonais (AINHs), cirurgias e fisioterapia. O tratamento fisioterapêutico é fundamental em toda a fase da doença, com a finalidade de corrigir a perda ou limitação do movimento articular, atrofia ou fraqueza muscular, instabilidade e desalinhamento; com isso o programa de reabilitação buscará a manutenção dos níveis ótimos de funcionamento físico, psicológico e social, com especial ênfase na orientação do paciente, o que capacita ao indivíduo o restabelecimento de um senso de controle sobre sua vida, assim devemos complementar medidas terapêuticas atuando na prevenção da atrofia do punho e subluxações (3; 7).

            A amplitude de movimento (ADM) normal das articulações metacarpofalangianas (MCF) é de 90º para flexão e de 30º para extensão; as interfalangianas (IF) possuem amplitude articular de 100º para flexão e o punho 90º para flexão e extensão (7).
 

  

 

 

II – Materiais e Métodos

 

Este estudo foi baseado no acompanhamento clínico de uma paciente com quadro de Artrite Reumatóide(AR), o qual recebeu atendimento fisioterápico, sendo realizado 10 sessões ao longo de 4 semanas com duração de 45 minutos cada atendimento, com intervalo de 3 dias, sendo reavaliada ao final de cada tratamento. Esta reavaliação consta de anamnese, exame físico e testes específicos.

            A paciente foi avaliada antes, durante e depois do tratamento, sendo sempre esclarecida sobre os objetivos do tratamento e seus procedimentos.

            O objetivo da avaliação clínica propõe avaliar a função da mão nos aspectos físicos, funcionais e articulares. Foram realizados os testes de amplitude articular (goniometria) para verificar a evolução da rigidez articular das articulações metacarpofalangianas(MCF), interfalangianas(IF) e punhos da mão afetada; palpação e inspeção a fim de verificar a redução do edema (++++/+4); além do teste subjetivo de dor (0 a 5), também avaliando dor durante palpação, em que 5-representa dor muito intensa; 4-dor intensa; 3-dor moderada; 2-dor leve; 1-dor mínima e 0-ausência de dor.

            As sessões fisioterapêuticas constaram da técnica de crioterapia, que consiste na utilização de gelo para promover uma analgesia e diminuição do edema. Foram feitas aplicações de panqueca utilizando toalhas de gelo moído ao redor da região articular da mão com 20 minutos de duração.

            Talas de (PVC) para punho mãos e dedos ,eram utilizadas para proteger as articulações do punho estendido, evitando que a mão dessa paciente venha se manter sobre padrão proveniente da deformidade,provocada pela Artrite Reumatóide(AR)dando maior conforto. Após a remoção da tala no punho, eram feitos trabalhos passivos de flexão e extensão, desvio radial e ulnar, procurando ênfase aos músculos que trabalham na direção oposta a deformidade, tais como extensores do cotovelo, extensores e abdutores do punho e flexores dos dedos, em cadeia cinética aberta, com carga de resistência imposta pelo terapeuta até o arco completo de movimento, visando o fortalecimento do músculo do antebraço e flexores do punho.

            O alongamento dos grupos musculares por um período de 20 minutos, foi importante para melhorar as condições de equilíbrio biomecânico da articulação, bem como o fortalecimento muscular.

            Exercícios de mobilização articular eram realizados por um período de aproximadamente 30 minutos,compostos por (Deslizamento,Tração e Giro),com a finalidade de corrigir a perda de função ou ate mesmo limitações articulares, e para que possa manter esta articulação o máximo lubrificada possível,para que retarde os seus efeitos patológicos.

 

 

III – Resultados

 

            A paciente foi avaliada inicialmente e reavaliada após as sessões que foram completadas em 4 semanas, sendo utilizados os mesmos mecanismos de avaliação e realizados pelo mesmo avaliador.

            Conforme demonstrado nos gráficos I e II, foram observados os seguintes parâmetros de avaliação para demonstração da evolução do paciente: escala subjetiva de dor de 0 a 5; inspeção e palpação para demonstrar redução de edema; e a goniometria para verificar a evolução da rigidez articular.

 

Gráfico I: Parâmetros para determinação da evolução clínica da Amplitude de movimento (graus) das articulações da mão do caso estudado, no decorrer das sessões.
 

 

 

Gráfico II: Parâmetros para determinação da evolução clínica da Escala da dor e edema da mão do caso estudado, no decorrer das sessões.


 

IV – Discussão
 

No momento da avaliação inicial, representado como 1º dia graficamente acima (gráfico I e II), a paciente apresentava fortes dores à palpação, edema (++++/+4); e os testes de rigidez demonstraram redução da Amplitude de movimento (ADM), para as articulações de punho, tanto para flexão quanto para abdução, assim como para as articulações Interfalangeanas (IF) e Metacarpofalangeanas(MCF),devido aos exercícios de mobilização articular,compostos por movimentos de deslizamento tração e giro, visando uma lubrificação das articulações e o aumento da amplitude de movimento articular; relatava dor intensa, nível 4 da escala subjetiva de dor.

            Ao final das 4 semanas de tratamento a paciente foi reavaliada; e a mesma não apresentava edema (-/+4), houve uma melhora significativa nas dores que sentia, devido a utilização da crioterapia por um período de 20 minutos  classificando como mínima, representada pelo nível 1 da escala subjetiva de dor, e ausência das dores que sentia a palpação (gráfico II). De acordo com o teste de rigidez observou-se melhora significativa da Amplitude de movimento(ADM), chegando a ganhar até 20º Amplitude de movimento(ADM) das articulações Interfalangeanas(IF), como observado no gráfico I acima.

 

V – Conclusão

O presente estudo nos mostrou que os resultados foram eficazes e significativos no que se trata de redução do edema e no exame de dor a palpação, sendo a Artrite Reumatóide(AR) uma patologia de difícil tratamento, tanto clínico quanto fisioterapêutico. O tempo de acompanhamento do paciente foi suficiente para demonstrar que os resultados foram satisfatórios e que o tratamento proposto foi satisfatório, alcançando os objetivos iniciais de acordo com a avaliação do paciente, visto que os pacientes que apresentam Artrite Reumatóide(AR) na mão, acompanhada de deformidades, observa-se à formação de edema e dores, no entanto,obtivemos um resultado positivo com o tratamento proposto. Levando-se em consideração os resultados obtidos, torna-se claro que o tratamento da Artrite Reumatóide(AR) na mão pode minimizar as conseqüências da doença e assim melhorar a qualidade de vida do paciente. É possível que o tratamento de Artrite Reumatóide(AR), para alcançar bom resultado, deve-se começar precocemente e manter um programa de exercícios progressivos, a fim de diminuir qualquer possível exacerbação que se sobrepondo a uma incapacidade residual parcial.

            Desta forma podemos minimizar as conseqüências mais graves da doença tanto do ponto de vista da saúde individual, quanto do impacto dos mesmos sobre o custo de saúde como um todo.

 

Agradecimentos

Primeiramente a Deus tudo que tens feito em nossas vidas, A nossa paciente LPM por ter me dado a oportunidade de estar estudando a sua patologia com grande interesse ,ao professor Jefferson Braga Caldeiras,Antonio PIO,principalmente ao nosso coordenador de curso professor Arthur Ferreira por todos os esclarecimentos e atenção prestadas durante todo o nosso artigo ,aos nossos supervisores de estágio do Hospital São Sebastião Dan Cordeiro, Marcíus  que foi de tremenda importância em orientação de todo nosso trabalho de conclusão,e a clínica SP FISIS onde,a nossa supervisora Sonia Maria do estágio nos orientou,sempre debatendo sobre o caso, dando varias sugestões,pois através dela  recebemos a paciente para estar tratando e ao mesmo tempo pesquisando a sua patologia,aos nossos pais, que sempre nos incentivaram na nossa carreira profissional.

 

Referências

1-      .Filho, A.C,Clínica Reumatologica.1ed,Guanabara Koogan,Rio de Janeiro,1980:.

2-       Sullivan, S.B.O's; Thomas, J. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. Manole, Rio de Janeiro, 1989:

3-      Carvalho ,M.A.C. Reumatologia Diagnostico e Tratamento2ed,Medsi,Rio de Janeiro, 2001

4-      Calliet, R. Síndromes Dolorosas: Joelhos, Dor e Incapacidade. Manole, São Paulo, 1976:

5-      Cossermelli,W.S.Reumatologia Básico.1ed,Sarvier,São Paulo,1972

6-      Marques,A.P.Manual de goniometria. 2 ed., São Paulo, 1977.

7-      Tidy,S.P,.Fisioterapia de Tidy.13ed ,Elsevier,São Paulo,2005.




  • EBOOK GRÁTIS: Fisioterapia na Artrose do Quadril



  • Poste um Comentário

    Nenhum comentário

    Tecnologia do Blogger.