Tratamento da Gota: monitoramento do ácido úrico
A gota é uma doença caracterizada por ataques episódicos de artrite (inflamação das articulações), que costuma acometer pacientes que apresentam persistentemente níveis sanguíneos elevados de ácido úrico.
O tratamento da gota se divide em duas fases: tratamento das crises e a profilaxia das crises. A gota não tem cura, mas pode ser muito bem controlada.
a. Tratamento da crise de gota
Durante a crise de gota o tratamento é feito com anti-inflamatórios comuns (AINE) (leia: AÇÃO E EFEITOS COLATERAIS DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS ) e/ou colchicina.
A colchicina é menos tóxica do que os anti-inflamatórios (especialmente para os rins e estômago) e controla a gota eficazmente, mas pode causar efeitos colaterais desagradáveis, como náuseas, vômitos e diarreia. Esse efeito adverso é geralmente relacionado à dose usada, sendo menos comum em doses baixas.
Nos pacientes que não toleram AINE ou colchicina, uma opção é o uso de corticoides, potentes anti-inflamatórios de origem esteroidal (leia: PREDNISONA E CORTICOIDES | Indicações e efeitos colaterais).
A aspirina (ácido acetilsalicílico) deve ser evitada sempre que possível, pois a mesma, apesar de ter efeito anti-inflamatório, reduz a excreção de ácido úrico pelos rins (leia: ASPIRINA | AAS | Indicações e efeitos colaterais).
b. Prevenção da crise de gota
Uma vez cessada a crise de gota, o tratamento se volta para a diminuição dos níveis de ácido úrico. A droga mais usada para este objetivo é o alopurinol. É importante ressaltar que não se deve começar o alopurinol durante as crises, pois há risco de piora do quadro. O alopurinol durante as crises só é aceitável se o paciente já fazia uso crônico dele antes do início da crise.
Sugere-se manter a colchicina para evitar novas crises enquanto os níveis de ácido úrico ainda não tiverem sido reduzidos pelo alopurinol. Podem ser necessários alguns meses de tratamento até se atingir valores desejáveis.
Uma outra opção para baixar os níveis de ácido úrico é a probenecida, um medicamento que aumenta a sua eliminação pelos rins. A probenecida não deve ser usada em pacientes com histórico de cálculo renal por ácido úrico.
Desde 2008 existe uma novo mediamento chamado Febuxostat, que serve de alternativa para os pacientes que não podem tomar nem alopurinol nem probenecida. O Febuxostat ainda não está disponível no Brasil.
Ácido úrico elevado sem sintomas | hiperuricemia assintomática
Como a maioria dos pacientes com ácido úrico elevado não desenvolve crises de gota ou cálculo renal, o consenso atual indica não usar alopurinol nestes casos. Só se começa tratamento com remédios se houver um primeiro episódio de crise de gota, cálculo renal, ou se os níveis de ácido úrico estiverem acima de 13 mg/dl no homem e 10 mg/dl na mulher.
Nos pacientes com hiperuricemia assintomática indica-se apenas uma alteração da dieta, visando evitar alimentos ricos em purinas.
Leia o texto original no site MD.Saúde: ÁCIDO ÚRICO E GOTA http://www.mdsaude.com/2009/04/gota-acido-urico.html#ixzz21pkiS73Z
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