Doenças das articulações
Contudo, várias outras causas também podem determinar doenças das articulações.
Denomina-se genericamente ARTRITE qualquer processo inflamatório que afete uma articulação e, é utilizada para se referir a um grupo de mais de 100 doenças reumáticas que podem causar dor, enrijeci-mento e edema das articulações. Grande número de artrites resulta da ação agressiva de bactérias infec-ciosas. Em geral, são bactérias comuns, como os estreptococos ou os estafilococos, produtoras de pus. Artrites deste tipo podem preceder ou acompanhar infecções de outras partes do organismo, podendo atingir indistintamente qualquer articulação. Os sinais inflamatórios são intensos e genéricos, com febre, mal-estar, falta de apetite. No entanto, de maneira geral, as artrites supurativas não são causa freqüente de dano articular definitivo.
Já a ARTRITE GOTOSA é resultante da deposição de sais de ácido úrico, os uratos, nas cartilagens arti-culares. Isso porque a gota é uma doença que se caracteriza por uma alteração metabólica que leva à produção exagerada de ácido úrico no organismo. Quando os uratos se depositam nas cartilagens, provo-cam fortes dores articulares; além disso, a deposição de uratos pode ser tão grande a ponto de determinar destruição de zonas articulares, com conseqüente perda irrecuperável da função.
A ARTIRTE REUMATÓIDE é uma doença crônica de causa desconhecida. A característica principal é a inflamação articular persistente, mas há casos em que outros órgãos são comprometidos. É caracterizada pelo comprometimento de pequenas e grandes articulações (artrite) de forma progressiva e aditiva, cau-sando deformidade e gradativa perda funcional.
FEBRE REUMÁTICA: é uma complicação tardia de uma amigdalite causada pelo estreptococo, em indivíduos sensíveis. As manifestações clínicas da Febre Reumática geralmente aparecem cerca de duas semanas após a infecção de garganta e são acompanhadas de febre. Os principais órgãos acometidos são: coração, articulações, sistema nervoso e pele. O paciente vai apresentar febre; dor, vermelhidão e edema nas grandes articulações (tornozelos, joelhos, punhos e cotovelos); e, se houver acometimento do coração, poderá apresentar falta de ar e palpitações. A faixa etária mais atingida está entre 5 e 15 anos, quando grande parte dos episódios de amigdalite são causados por essa bactéria - o estreptococo. A me-lhor maneira de evitar a Febre Reumática, já que ela é decorrente de uma amigdalite pelo estreptococo, é procurar o médico sempre que ocorrer uma infecção de garganta, para que ela seja adequadamente tratada.
Finalmente, a artrite poderá ser resultante de vários tipos de traumatismo, provocado por panca-das, choques, quedas. Um traumatismo intenso pode levar á ruptura parcial ou total da cápsula articular e seus ligamentos, com lesão da sinóvia e dos meniscos. A sinóvia responde à agressão através do aumento de secreção de líquido sinovial: é o chamado derrame articular ("água no joelho"). Quando ocorre ao mes-mo tempo a ruptura de vasos sanguíneos, o caso é de hemartrose, ou seja, derrame sanguíneo na articu-lação.
Existem também outras afecções que, apesar de não atingirem diretamente as articulações, são englobadas no estudo das doenças das articulações. Uma dessas afecções é a bursite (bursa, bolsa), isto é, a inflamação das bolsas sinoviais, as estruturas que funcionam como auxiliares dos ligamentos e dos tendões e que possuem grande mobilidade. Funcionalmente, essas bolsas facilitam a mobilidade e o desli-zamento dos ligamentos e tendões. A inflamação atinge, com maior freqüência, os homens porque estes sempre desenvolvem maior atividade física. Acredita-se que a bursite resulte de traumas contínuos e repe-tidos. A inflamação quase sempre provoca dores nos cotovelos e nos ombros.
Outra afecção é a inflamação dos próprios tendões muscular, tecnicamente denominada tenossi-novite. Na maior parte das vezes, a inflamação é resultado de traumas constantes como uso excessivo ou solicitações muito intensas. Ocorre com freqüência nas mãos de artesãos, datilógrafos e pianistas. Apesar do trauma desempenhar importante papel desencadeante, comumente está associado a processos infec-ciosos.
ARTROSE
A causa e o mecanismo de estabelecimento das artroses não são bem conhecidos. Porém, seu aparecimento está intimamente ligado a processos normais de envelhecimento das estruturas articulares. De maneira geral, a artrose pode ser definida como uma degeneração da cartilagem articular, que perde sua função amortecedora. Por esse motivo, a porção óssea localizada sob a cartilagem sofre agressões mecânicas. Como conseqüência, o osso reage, engrossando no centro e aumentando de volume nos bor-dos, por meio da proliferação de células ósseas. Convencionalmente, adota-se a denominação osteoartro-se primária para os casos que não apresentam causa aparente, nos quais possivelmente existe alguma predisposição hereditária.
Já a osteoartrose secundária é aquela determinada por causas conhecidas. As mais freqüentes são as resultantes da gota, de posturas físicas desfavoráveis, de pés chatos, do mau alinhamento dos joe-lhos, da sobrecarga de peso nas articulações, de obesidade e de freqüentes traumatismos (golpes) pouco intensos.
PREDISPOSIÇÃO: a osteoartrose ocorre quase exclusivamente em pessoas de meia-idade para mais, possivelmente pela alteração na composição e estrutura da cartilagem articular (perda de água, proli-feração celular, aparecimento de gordura e outros fatores). Também contusões, fraturas, deslocamentos de juntas e até pequenos traumatismos são causas freqüentes.
DOR: a osteoartrose nem sempre apresenta uma relação entre os sintomas e o grau de degenera-ção articular, evidenciado com bastante precisão pelos raios X. Um paciente com degeneração articular avançada poderá apresentar poucos sintomas, enquanto que outro, com degeneração menos acentuada, poderá queixar-se insistentemente de seu desconforto.
O sintoma mais característico é a dor, aliviada somente pelo repouso ou com administração de analgésicos e antiinflamatórios.
A dor pode ser acompanhada de inchaço e derrame articular (acúmulo de líquido na cavidade arti-cular); as cavidades mais atingidas poderão mais tarde apresentar um ruído característico, a crepitação, semelhante ao atrito do couro ressecado.
CONTROLE: como a ARTROSE é uma enfermidade degenerativa, não existe a possibilidade de uma cura propriamente dita, pois não se consegue reverter o processo e devolver à articulação sua normalidade total. No entanto, o médico tentará deter a marcha da moléstia através de medidas que evitem ou ao me-nos atenuem os fatores agravantes. São empregados alguns métodos de tratamento que consistem na redução da obesidade, na correção de vícios de postura e de anormalidades ortopédicas.
A fisioterapia – repouso adequado, massagens e aplicação de calor local (bolsas de água quente, ondas curtas etc.) – tem grande importância no tratamento.
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