Exames importantes na Reumatologia







Olá, eu sou a Dani e esse texto fala sobre Exames importantes na Reumatologia. Antes de começar a lê-lo, conheça o canal do Youtube clicando aqui!. Agora, vamos à leitura!

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Quando alguém que sente dor nas articulações, nos ossos, nos músculos ou na coluna procura atendimento médico, é comum ouvir alguma afirmação do tipo "vou solicitar alguns exames para ver se é reumatismo". Digo isso porque muitas pessoas vêm consultar comigo pedindo para "fazer exames para reumatismo". Se elas dizem isso, já ouviram essa conversa em algum lugar. Não foi comigo, pois não solicito "exames para ver se é reumatismo" simplesmente porque reumatismo não é uma doença e portanto não existem exames que mostrem que "é reumatismo".

Mas a picaretagem corriqueira praticada com "exames para reumatismo", "diagnóstico de reumatismo" e "tratamento para reumatismo" é endêmica em nosso país. Por isso, vou abordar a questão do exame mais importante para o diagnóstico de qualquer doença que cause dor nas articulações, nos ossos, nos músculos ou na coluna, para tentar desmitificar os tais "exames para ver se é reumatismo".

De tanto ouvirem falar em "exames para reumatismo" as pessoas leigas continuam na ignorância a respeito do que é a reumatologia e do que faz o reumatologista. Muitos pensam que reumatologia se resume em "pedir exames para ver se é reumatismo" e passar o "tratamento para reumatismo" se algum resultado estiver alterado.

Os exames usados pelos que dizem que "é reumatismo" são: VHS (velocidade de hemossedimentação), Proteína C reativa, ASLO (anti-estrptolisina O), fator reumatóide e FAN (fator antinuclear). Mas cientificamente nenhum desses exames, quando positivo ou aumentado, significa que alguém "tem reumatismo".
Em reumatologia, o exame mais importante para o diagnóstico é o exame... físico.

Exame físico é o exame que o reumatologista faz das articulações, dos ossos, dos músculos, da coluna e dos locais doloridos para identificar a parte do corpo afetada pela doença e as características físicas que estejam presentes no local doente.

Por exemplo, quando alguém sente dor no joelho, isso pode parecer algo bem simples, mas para o reumatologista "dor no joelho" tem muitos significados.

Em primeiro lugar, a dor "no joelho" pode ser na frente, atrás, do lado de dentro (o que fica ao lado do outro joelho - o termo técnico é medial) ou do lado de fora do joelho (o termo técnico é lateral). Então, já podemos concluir que "dor no joelho" tem pelo menos 4 significados diferentes. A dor em cada um desses locais pode representar uma doença diferente, que pode se originar na articulação do joelho mas também pode não ter nada a ver com o joelho em si, e ter origem em outro local.
Em segundo lugar, se o local dolorido está inchado ou não, temos dois novos significados para "dor no joelho". Se o inchaço é quente ou não são mais dois; se o local fica vermelho ou não, são mais dois; se o inchaço é duro ou mole, são mais dois. E assim por diante, pois há muitas características que só o exame físico pode revelar.
Cada uma das combinações possíveis de achados físicos sugere uma doença diferente. A maioria das doenças podem ser diagnosticadas ao exame físico, mas algumas precisam de exames de sangue e de imagem (raios-X, ultrassonografia, tomografia, ressonância magnética) para o diagnóstico.

Quem diz que alguém que sente dor no joelho e tem VHS aumentado ou proteína C reativa positiva "tem reumatismo" está atestando a própria ignorância e marcando a pessoa doente com um estigma desnecessário.

Quem diz que alguém que sente dor no joelho e tem ASLO aumentada "tem reumatismo" está atestando a própria ignorância e marcando a pessoa doente com um estigma desnecessário.

Quem diz que alguém que sente dor no joelho e tem fator reumatóide positivo "tem reumatismo" está atestando a própria ignorância e marcando a pessoa doente com um estigma desnecessário.

Quem diz que alguém que sente dor no joelho e tem FAN positivo "tem reumatismo" está atestando a própria ignorância e marcando a pessoa doente com um estigma desnecessário.

A mesma afirmação é válida para a dor sentida nas mãos, nos braços, nos ombros, no pescoço, nas costas, no quadril, na coxa, na perna, no pé, no peito, no abdome, no rosto, na cabeça, em qualquer lugar do corpo, isolada ou em conjunto com outras dores, ocorrendo somente como dor musculo-esquelética ou acompanhada de sintomas produzidos pelos órgãos internos, como o coração, o fígado, o cérebro, os rins, os pulmões, o intestino, etc.

Em qualquer situação, o diagnóstico nunca "é reumatismo" e nunca será dado por VHS, proteína C reativa, ASLO, FAN ou fator reumatóide.

O principal exame para diagnóstico é o exame físico e antes do resultado do exame físico, os resultados de VHS, proteína C reativa, fator reumatóide, ASLO e FAN não têm importância nenhuma e, dependendo dos resultados do exame físico, podem ou não ser solicitados porque podem ou não ser úteis para o diagnóstico.
Para fazer o diagnóstico, o reumatologista combina os dados da história que a pessoa doente conta sobre o que sente com os dados que estão presentes ao exame físico. Em 90% das vezes, o diagnóstico estará feito ao término do exame físico. Depois disso, o reumatologista pode ou não solicitar exames para confirmação do diagnóstico ou para esclarecimento de alguma dúvida que ainda possa ter.

Se exames forem solicitados, a pessoa culta e consciente deveria evitar de perguntar ao especialista se "foram solicitados exames para ver se é reumatismo", simplesmente porque não existem exames cujos resultados alterados, positivos ou aumentados signifiquem reumatismo.
Os que usam a expressão "exames para reumatismo" para se comunicar com as pessoas doentes estão apenas tentando preservar a todo custo a crença no mito reumatismo, que como todo mito, serve apenas de substituto para a ignorância.




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