Dores na coluna e suas formas


A terminologia “dor nas costas” é utilizada para designar queixas de desconforto ou dor crônica na região da coluna vertebral. Estes sintomas também podem ser descritos através de terminologias como lombalgia ou dor lombar, embora estes termos se refiram especificamente à região lombar, que é a mais freqüentemente afetada pela dor. (1).

A dor nas costas, especialmente a dor lombar baixa, constitui causa freqüente de morbidade e incapacidade, sendo sobrepujada apenas pela cefaléia na escala dos distúrbios dolorosos que afetam o homem. Em alguma época da vida, de 70 a 85% de todas as pessoas sofrerão um episódio de dor nas costas. No entanto, quando do atendimento primário por médicos não-especialistas, para apenas 15% das lombalgias e lombociatalgias, se encontra uma causa específica. (2).

A procura por tratamento de dores na coluna vertebral aumenta a cada dia. A demanda em hospitais e clínicas ocasiona um aumento no custo de despesas com cuidados com a saúde. O custo de tal demanda é um ônus a mais para os cofres públicos e privados, pois o governo, as indústrias e a sociedade devem arcar com as despesas. É grande a quantidade de tempo e recursos gastos com os pacientes portadores deste tipo de morbidade. (3).

As dificuldades do estudo e da abordagem da dor na coluna vertebral decorrem de vários fatores, dentre os quais, podem ser mencionados a inexistência de uma fidedigna correlação entre os achados clínicos e os de imagem; ser a coluna vertebral um segmento inervado por uma difusa e entrelaçada rede de nervos, tornando difícil determinar com precisão o local de origem da dor, exceto nos acometimentos radículo-medulares; pelo fato das contraturas musculares, freqüentes e dolorosas, não se acompanharem de lesão histológica demonstrável (4).

As dores na coluna vertebral podem ser primárias ou secundárias, com ou sem envolvimento neurológico. Por outro lado, afecções localizadas neste segmento, em estruturas adjacentes ou mesmo à distância, de natureza a mais diversa, como congênitas, neoplásicas, inflamatórias, infecciosas, metabólicas, traumáticas, degenerativas e funcionais , podem provocar dor (5).

A lombalgia idiopática , antigamente assim chamada, pois não se achava um substrato para sua causa e que hoje é denominada de lombalgia mecânica comum ou lombalgia inespecífica, é a forma anátomo-clínica inicial de apresentação e a mais prevalente das causas de natureza mecânico-degenerativa (4).

Condições emocionais podem levar à dor nas costas ou agravar as queixas resultantes de outras causas orgânicas preexistentes. Entretanto, freqüentemente a dor não decorre de doenças específicas, mas sim de um conjunto de causas (7).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (8), existem vários fatores de risco associados com a dor nas costas, e estes podem ser divididos em fatores de risco individual e fatores de risco profissional. Assim, pode-se relatar que, são consideradas como os mais prováveis fatores de risco individual a idade, o sexo, o índice de massa corporal, o desequilíbrio muscular, a capacidade de força muscular, as condições sócio-econômicas e a presença de outras patologias. Os traumas mais freqüentes sobre a coluna vertebral de origem laboral estão associados à tensão da musculatura paravertebral, decorrentes de posturas incômodas e da degeneração precoce dos discos intervertebrais pelo excesso de esforço físico (8).

Estão também envolvidos no risco profissional as movimentações e posturas adotadas pelo trabalhador por exigência específica da tarefa ou decorrentes de inadequações no ambiente de trabalho e/ou das condições de funcionamento dos equipamentos disponíveis, além das formas de organização e execução do trabalho (9).

Entretanto, o tipo mais freqüente de dor nas costas tem caráter não específico, sendo decorrente de uma doença indeterminada e associada freqüentemente com a postura, levantamento de objetos pesados e movimentos lesivos de origem laboral ou não laboral (8).

A dor crônica relacionada a problemas degenerativos, como a artrose, freqüenta 65% das pessoas adultas. Assim, as dores na coluna, lombalgias e cérvico-dorso-lombalgias têm sido consideradas como enfermidades sociais. No entanto, vários de seus aspectos etiológicos são desconhecidos, o que tem favorecido uma abordagem diversificada para a compreensão do problema, dentre eles o enfoque dos fatores de risco. A abordagem epidemiológica de fatores de risco tem sido um enfoque muito utilizado na compreensão dos processos mórbidos, especialmente da coluna e na atenção a saúde

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