Saiba mais sobre a Cervicalgia



As algias da coluna podem estar relacionadas com diferentes patologias, por esse motivo a dor referida na coluna é considerada um sintoma que deve ser investigado para se obter um diagnóstico preciso e assim tratá-la (GOLDEMBERG, 2010).

A cervicalgia é um sintoma que traduz, na maioria das vezes um processo degenerativo ou um distúrbio funcional das estruturas ligamentares, musculares, discais e osteocartilagenosas da região cervical.

Geralmente afastada de qualquer complicação neurológica grave, ou mesmo de uma evolução inquietante, essas cervicalgias comuns respondem favoravelmente a um tratamento simples adaptado a importância da alteração funcional e suas consequências psicológicas.

Porém em alguns casos a cervicalgia constitui um fator revelador de uma doença local, regional ou sistêmica grave (RADU e PASOTO, 2000).

De acordo com Kendall (1995), a dor na região cervical é resultante de alterações psíquicas e musculares ou por uma agressão as raízes nervosas. A dor quando ocasionada pela contração dos músculos, extensores da cabeça seja por tensão emocional, seja por postura permanente e viciosa, leva a uma irrigação ineficiente dessas estruturas com o acúmulo de catabólicos que não são removidos.

A tensão emocional é um fator etiológico de dor na cervical e cervicalgia compõe o quadro adinâmico musculoesquelético da dor. Uma tensão emocional forte causa miosite por tensão dolorosa e de origens química, aumento de contratura miostática como encurtamento das fibras musculares (que quando estendida é dolorosa), irritação do periósteo no ponto de inserção por distenção periódica com pressão persistente do disco que finalmente se deteriora pela falta de nutrição.

O fator tensão e o diagnóstico de fatores psicogênicos não eliminam a conveniência de tratar as manifestações dos tecidos moles (HERBERT, S. 1995).

A principal manifestação clínica da cervicalgia é a dor do tipo choque, que segue os trajetos radiculares, piorando com os movimentos que distendem a raiz, com o tórax ou com a coluna vertebral. As parestesias podem ocorrer na parte distal da raiz. Alterações dos reflexos, do tônus, da força ou alterações tróficas podem faltar ou serem tardias.

O quadro clínico compõem-se da região cervical dolorida, limitação dos movimentos, cervicobraquialgia e diminuição da força dos membros superiores. (PORTO, 1996). A cervicalgia acomete um número considerável de indivíduos, com uma média de 12% a 34% de uma população adulta em alguma fase da vida, com maior incidência no sexo feminino, trazendo prejuízos nas suas atividades de vida diária (HERBERT, 2003).

A dor na coluna cervical pode originar-se das mais diferentes estruturas anatômicas, sendo produzidas por muitos fatores isolados ou conjugados. Pode-se apresentar dor no ponto de origem e em locais distantes deles.

Assim, os músculos da cervical pode ser sede única de um quadro álgico intenso que alcança a cervical, cabeça e MMSS (membros superiores). A contração constante dos músculos seja por tensão emocional seja por postura permanente e viciosa, ou por outra patologia qualquer associada, leva à algia dos grupos musculares (CAILLET, 1976). Esta patologia raramente se inicia de maneira súbita, em geral pode estar relacionada com movimentos bruscos, longa permanência em posição forçada, esforço ou trauma. Também
5 pode ser definida como uma dor localizada na parte posterior do pescoço e superior das escápulas ou zona dorsal alta, que não se acompanha de sinais característicos de radiculopatia (HERBERT, 2003).

A maioria das cervicalgias é aguda e autolimitada, podendo ser atribuída a problemas mecânicos, apenas alguns pacientes evoluem para uma cronicidade. A cervicalgia crônica também costuma ser de ordem mecânica, porém é necessário que se excluam outras patologias mais graves e potencialmente tratáveis.

Uma história cuidadosa e o exame clínico completo quase sempre estabelecem a origem musculoesquelética da dor cervical (RADU & PASOTO, 2000).

De acordo com Barros (1995), o exame físico começa no momento em que se observa a postura e a atitude do paciente, quando se inicia a história principalmente quando ele está distraído, comparando esta postura com aquela que o paciente tem quando esta sendo examinado.


Fonte e bibliografia

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